25 de fev. de 2009

Um nhanduti especial.


Nhanduti

xilogravura, 34,5 x 33,5 cm
Acervo da Pinacoteca do Estado de S.Paulo/Brasil
Lívio Abramo é um dos introdutores da gravura moderna no Brasil, professor de gerações de artistas. Militante e ativista político, auto-didata, dono de uma técnica impecável e de uma expressividade contundente, começou sua carreira em 1927, partindo do expressionismo e das formas brasileiras. Após 1962, com seu deslocamento para o Paraguai, Lívio estende seu olhar também por aquela geografia.
No Paraguai trabalha na Missão Cultural Brasil-Paraguai, posteriormente Centro de Estudos Brasileiros. Mudando-se para a cidade de Assunção, continuou nela a desenvolver seu trabalho como gravador e desenhista além de lecionar história da arte e gravura na Escola de Arte do CEB. Muito ativo na atividade artística local e no intercâmbio entre os países da América Latina, foi fundador do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai.
Nas gravuras da fase paraguaia, trabalha com pontilhados e linhas que se aproximam da delicadeza da renda nhanduti. Sua produção situa-se entre a figuração e a abstração, conciliando, de maneira peculiar, esses conceitos opostos e, com refinamento técnico, apresenta em seu trabalho soluções formais de grande interesse estético.
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Paraguay-Ritmos, 1963



Las Lluivias (Rain), 1974






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with a little help of www.itaucultural.org.br

22 de fev. de 2009

Nhanduti, a renda símbolo do Paraguai

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"...os encantos do Paraguai são tão grandes, tão numerosos e tão sub-repticiamente tomam conta da alma da gente, que não tive outro remédio senão prender-me algum tempo nas malhas do nhanduti, essas rendas frágeis que as mulheres fazem despreocupadas de todo o interesse e que deveriam estar hoje figurando em todas as revistas, em todos os tratados de etnografia, porque estão aí estilizadas as coisas de sua terra”.
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Citando Roquette-Pinto falando sobre a monografia "Nota sobre o “nhanduti” do Paraguai" publicada em 1927 no Boletim do Museu Nacional. Citação no Discurso de Posse de Alvaro Lins na Academia Brasileira de Letras.
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14 de fev. de 2009

Rendeiras de Nhanduti - Itauguá / Paraguay

Na região de Assunção, ficamos no Hotel del Lago, onde tivemos como anfitriões Osvaldo Codas e Alejandra Peña. Eles nos proporcionaram, entre outros passeios e contatos especiais, conhecermos a comunidade de rendeiras de Cañadas, um bairro da área rural de Itauguá, a "Cidade do Nhanduti", onde consta existirem 15.000 tecelãs da renda símbolo do Paraguai.
Solução típica, a varanda lateral dá condições de as atividades domésticas serem feitas com mais frescor


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Desenhados no tecido do bastidor, os "soles" compõem a peça.


















Fazendo nhanduti com "hilo fino" .






O grupo de rendeiras de Cañadas é dos poucos que ainda trabalha com "hilo fino". Atualmente a maioria das rendeiras de nhanduti trabalha com uma linha brasileira muito utilizada em croche, a linha Clea (algodão mercerizado 8/10), colorida. "En los últimos años se está usando bastante el hilo grueso y en colores, lo que es considerado por todos un signo de decadencia de esta artesanía. Dicen las tejedoras que así lo hacen para satisfacer nuevos gustos; las tendencias del mercado, además, con el hilo grueso se trabaja más rápido, pero el tejido es más rústico. Originalmente se bordaba en blanco; actualmente también se puede encontrar en diversos colores, vivos y llamativos." O depoimento está no blog http://jovenesinteligentes.blogspot.com .


Procure no site http://renyangela.multiply.com mais fotos de nhanduti expostos á venda e outras fotos amorosas do Paragay
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Duas peças semelhantes, sendo a segunda em "hilo fino"





Em Itauguá está situado o "Museu Comunitário del Ñandutí". Reaberto em 2008, nele se pode conhecer a história, o processo de confecção e peças representativas da tecelagem da renda. A curadoria é de Alejandra Peña e a iniciativa é da ONG Paraguay Hecho a Mano. O endereço é Gral. Bernardino Caballero e Paí Pérez, tel.(0294)20577.
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O Hotel del Lago (http://www.hoteldellago.org), nosso ponto de estada, é o local de encontro das atividades de imersão cultural desenvolvidas pela ONG Paraguay Hecho a Mano USA ( http://www.paraguayhechoamano.org).







É um hotel-museu que fica nas margens do lago Ypacaraí, em San Bernardino, a 50 km de Assunção, em situação estratégica para, a partir dele, visitar as várias cidades históricas e comunidades ligadas ao artesanato das redondezas de Assunção, inclusive a própria capital. Recomendamos ainda que V. se deixe conduzir por Osvaldo Codas e as propostas de turismo da Paraguay Hecho a Mano e assim conhecer verdadeiramente o Paraguay e a diversidade do seu artesanato e da sua cultura.
Osvaldo Codas e o refrigerante paraguaio Pulp, duas resistências paraguaias à globalização.

7 de fev. de 2009

Ñanduti: a Paraguayan Lace




Dir. Albert J. Casciero & Annick Sanjurjo, 1986, 19 min. (English and Spanish tracks)

Este filme apresenta as origens do ñanduti e recorda uma das suas muitas lendas. Enquanto a câmera acompanha uma mulher simples em sua rotina diária, os símbolos e motivos do ñanduti são comparados com formas da Natureza ou feitas pelo homem. O filme também documenta o modo de fazer o ñanduti. Uma rendeira é observada fazendo uma toalha do começo até o fim. O filme termina com exemplos desta bela arte que está desaparecendo rapidamente.

This film introduces the origins of ñanduti and recalls one of its many legends. As the camera follows a peasant woman on her daily chores, the symbolic and representatives patterns of ñanduti are juxtaposed to natural or man-made objects. The film also documents the process in the making of ñanduti. A lace maker is observed as she laces a mantelpiece from beginning to end. The film closes with selected samples of this beautiful, but rapidly disappearing art.
(This is a DVD version mastered in 2007)

fonte: www.youtube.com.br

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